sábado, 27 de agosto de 2011



— Eu tenho… sei lá, medo.
— Medo? Medo de quê?
— De tantas coisas. Medo de quebrar a cara. Medo de não ser boa o suficiente. Medo de me deixar levar. Medo de que acabe. Medo de que comece. Medo de que você me fale todas aquelas coisas bonitas, mas que elas, no final, mostrem-se palavras vazias. Medo de partir aquilo que deu tanto trabalho de reconstruir. Medo, medo, medo — ela suspirou. — E, ainda assim, meu maior medo é o de perder você. Acho que estou, então, num beco sem saída. E que se, por medo, eu te mandar embora, você não vai sair de onde importa mesmo.

— Dos seus pensamentos?
— Do meu coração.
— Então não me manda embora.
— Já disse: tenho medo.
— Mas eu não tenho.
— Então fica.
Fico.
— Mas fica mesmo, tá?
— Fico.
Não sai nunca, tá?
— Tá.
E se você partir meu coração?
— E se você parar de pensar em “e se”?
— Mas, e s…
— Eu te amo.
(silêncio)
— De verdade?
— De verdade.
— Sem medos?
— Sem medos.
— Fica.
— Sempre.

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